Por Fabiano Peixoto
Um vídeo publicado na manhã desta quarta-feira (25) revelou mais um escândalo envolvendo a gestão do prefeito de Marataízes, Tininho Batista (PSB). A gravação mostra a indignação de moradores e trabalhadores diante da paralisação das obras de drenagem, esgotamento sanitário e pavimentação no bairro Filemon Tenório, na Barra. Após dois anos, as obras seguem longe de serem concluídas. (Veja o vídeo abaixo)
Na filmagem, a denunciante relata que, ao chegar ao local, encontrou apenas 10 operários em atividade, quando o esperado era uma equipe de 42 trabalhadores. Segundo funcionários da A.L. Construtora Eireli, empresa responsável pela obra, o problema não está na execução, mas na falta de repasses financeiros da prefeitura. Muitos trabalhadores, moradores de Marataízes, foram transferidos para outras cidades, como Muqui, Marapé, Cachoeiro e Serra, para evitar o desemprego, uma vez que a obra está praticamente paralisada devido à falta de pagamento.
“Os trabalhadores de Marataízes estão sendo enviados para outras cidades, enquanto as obras ficam paradas. O prefeito precisa trazer essas pessoas de volta e cumprir o que prometeu. A comunidade está cansada de esperar”, declarou a denunciante.
Essa paralisação é mais um episódio em uma série de atrasos que tem marcado a gestão de Tininho, já em seu décimo ano à frente da prefeitura. Em 30 de abril, nossa reportagem já havia abordado os transtornos enfrentados pelos moradores que aguardam a conclusão das obras.
Além dos prejuízos causados pelos atrasos, a prefeitura enfrenta sérias dificuldades financeiras que devem impactar a próxima gestão. Em 2023, um rombo de R$ 90 milhões nas contas públicas agravou a situação, e o Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES) recomendou a rejeição das contas do prefeito devido ao uso irregular de recursos do Fundo Especial dos Royalties. O município ainda terá que devolver mais de R$ 14 milhões este ano, aumentando as incertezas quanto à conclusão desta e de outras obras inacabadas, deixando uma crise administrativa e financeira para o próximo gestor.
Enquanto os moradores continuam a conviver com ruas inacabadas e incerteza sobre o futuro das obras, cresce a pressão por transparência e eficiência na administração pública.
Investimento inicial e cronograma
As obras, anunciadas como parte de um investimento de R$ 10.178.472,24 com recursos dos royalties do petróleo, tinham previsão de conclusão em 18 meses, conforme a Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo. No entanto, o atraso diante da conclusão da obra já ultrapassa um ano, e a expectativa inicial foi substituída por frustração diante da paralisação e do descaso, já que o prefeito não tem prestado esclarecimentos à população sobre as interrupções nas obras.
