Por Fabiano Peixoto
O Ministério Público Eleitoral do Espírito Santo (MPE-ES) solicitou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) a manutenção da decisão de primeira instância que cassou o registro da candidatura do prefeito reeleito de Iconha, Gedson Paulino (Republicanos), e de seu vice, Fernando Volponi (PSB). A decisão, determinada pelo juiz eleitoral Ralfh Rocha de Souza, da 35ª Zona Eleitoral, aponta abuso de poder político e econômico em razão de obras realizadas durante o período de campanha eleitoral.
Gedson e Fernando foram eleitos no dia 6 de outubro com 51,84% dos votos válidos em Iconha, cidade localizada no sul do Espírito Santo. No entanto, a sentença emitida em 28 de setembro pelo juiz Rocha de Souza já havia determinado a cassação da chapa, considerando que as obras, como o capeamento asfáltico, iniciadas a menos de três meses do pleito, configuram abuso de poder ao serem amplamente divulgadas nas redes sociais.
Em parecer encaminhado ao TRE-ES no último dia 18 de outubro, o procurador regional eleitoral, Alexandre Senra, reforçou o pedido de manutenção da cassação, direcionado ao relator do processo no tribunal, o juiz Adriano Sant’Ana Pedra. Segundo o MPE-ES, o conjunto de provas reunidas na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), movida pelo partido Podemos, indica o uso da máquina pública para favorecer a candidatura de Gedson Paulino.
A análise do MPE-ES aponta que as obras, embora não devessem ser vistas de forma isolada, formam um conjunto de ações promovidas em período vedado e com ampla divulgação digital, o que teria influenciado a decisão do eleitorado. “O abuso de poder fica claro pelo forte investimento em obras e sua divulgação, em contexto e prazo que beneficiaram a candidatura de Gedson e Fernando”, afirmou o procurador Senra.
O processo agora aguarda julgamento no TRE-ES, com os autos já conclusos para decisão final. O desfecho da situação é aguardado com expectativa pelos moradores de Iconha, que acompanham de perto o desenrolar do caso, enquanto a Justiça Eleitoral se prepara para decidir se manterá a cassação do mandato de Gedson Paulino e Fernando Volponi, em um cenário de fortes acusações de abuso de poder político e econômico.
