Por Fabiano Peixoto
Marataízes, 15 de outubro de 2024 – Poucos dias após as eleições de 6 de outubro, a administração pública de Marataízes já enfrenta denúncias de caos no sistema de saúde. Moradores afirmam que a gestão utilizou a máquina pública para tentar eleger seu candidato à sucessão, ocultando a real situação do município. Agora, a população sofre com a suspensão de atendimentos e a falta de profissionais essenciais na rede de saúde.
Segundo os denunciantes, servidores e especialistas contratados pelo Consórcio de Saúde Expandida Sul (CIM), como médicos de família, enfermeiros, auxiliares de dentista e farmacêuticos, foram dispensados, impactando diretamente o funcionamento de unidades como a UPA e o Centro de Especialidades Municipal (CEM). Especialidades como Psiquiatria, Endocrinologia, Neurologia Pediátrica, Cardiologia, Nutrição e Proctologia estão sem cobertura. Além disso, exames essenciais, como o Doppler, foram interrompidos, comprometendo o atendimento à população.
Relatos também apontam para a falta de medicamentos na farmácia básica e a ausência de ambulâncias de resgate do SAMU, agravando a situação das emergências no município.
Na UPA, o cenário é alarmante. O serviço de notificação de acidentes de trabalho, DSTs, Covid-19 e intoxicações exógenas foi interrompido devido à falta de técnicos de vigilância. O atendimento pediátrico foi reduzido a 12 horas diárias, e não há ortopedistas disponíveis. Apenas dois médicos atendem o fluxo de pacientes. A dispensa de médicos, enfermeiros e técnicos agravou a crise na unidade.
Toninho nega envolvimento – Diante dos rumores de que estaria envolvido nas recentes demissões e mudanças na saúde do município, o prefeito eleito de Marataízes, Toninho Bitencourt, veio a público negar qualquer participação em nomeações ou decisões administrativas. Pelas redes sociais, Toninho expressou sua indignação com o uso de seu nome para justificar tais acontecimentos.
Resposta da Prefeitura – Nossa reportagem entrou em contato com o secretário de Saúde, Leandro Viana, que rebateu as críticas e afirmou que os serviços continuam sendo ofertados com recursos próprios do município. Segundo ele, o descredenciamento da Associação Meleip, responsável pela contratação de mais de 300 profissionais, foi informado pelo CIM Expandida Sul no dia 10 de outubro. A Secretaria está tomando medidas para reorganizar os setores e manter o atendimento com os profissionais efetivos e contratados.
Protestos agendados – Indignada com a crise na saúde, a população de Marataízes planeja um protesto pacífico para quinta-feira (17), às 13h30. Manifestantes também devem comparecer à Câmara de Vereadores nesta terça-feira (15), para pressionar as autoridades.
O vereador de oposição, Cleverson Maia, prometeu trazer informações detalhadas sobre o caso durante a sessão desta noite.
Com a crise se agravando, a população aguarda por soluções rápidas e eficazes para a normalização dos serviços de saúde no município.