Por Fabiano Peixoto
No último dia 23 de outubro, a Comissão Especial da Lagoa de Mãe-Bá acompanhou de perto uma apresentação da Samarco Mineradora e da concessionária CESAN, onde ambas compartilharam iniciativas focadas na melhoria e preservação ambiental da região. As duas organizações têm sido apontadas como responsáveis pela poluição da Lagoa de Mãe-Bá, localizada próxima ao Complexo de Ubú, onde está instalada a mineradora.
A Samarco detalhou seus processos de tratamento da água, que, segundo a empresa, são rigorosamente monitorados para assegurar que a qualidade da água transportada pelo mineroduto atenda aos padrões exigidos antes de sua reintegração ao meio ambiente. De acordo com a Samarco, câmeras e testes frequentes são utilizados para avaliar a água, e parte do volume tratado é reaproveitada nas operações internas, reduzindo a demanda por novos recursos hídricos. Essa prática, conforme ressaltou a mineradora, representa um avanço em direção à sustentabilidade.
A CESAN, por sua vez, apresentou um panorama do sistema de esgoto que atende à área da Lagoa de Mãe-Bá. O mapeamento das áreas revelou desafios na expansão da infraestrutura de saneamento, essencial para atender a comunidade de forma mais abrangente. Entre as iniciativas estão a instalação de geradores, válvulas de retenção e sensores de monitoramento, além do aumento na frequência de limpeza dos poços. Atualmente, a rede de esgoto cobre 82% da região, com atendimento efetivo para 68% dos moradores. A previsão da CESAN é ampliar a cobertura para 99% em áreas onde serão realizadas desapropriações.
Formada após uma audiência pública em 8 de maio, a Comissão Especial da Lagoa de Mãe-Bá busca enfrentar os desafios ambientais da região. A audiência, realizada na Câmara Municipal de Anchieta e presidida pelo vereador Renan Delfino, expôs preocupações sobre problemas como a mortalidade de peixes e os danos gerados pelas atividades industriais e de saneamento. Apesar de as medidas apresentadas por Samarco e CESAN, a comunidade manifestou receio quanto a possíveis retrocessos ambientais com a retomada das operações da mineradora.